Depois de um árduo processo, conseguimos realizar nossa mudança! Simbolicamente, ela ocorreu no dia 1 de maio, um pouco antes do cortejo ocorrido no centro de São Paulo, que também comentaremos nesse boletim.
Além disso, temos boas novas vindas da Europa. No último mês, fizemos uma jornada e visitamos dezenas de projetos e espaços anarquistas. Nesse número, trazemos um relato de como foi o 12º Congresso da Internacional das Federações Anarquistas, ocorrido da Itália. Desse mesmo país temos também novas notícias do caso Alfredo Cospito.
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Bom proveito!
Abril anarquista - parte 1: o 12º Congresso da IFA
Iniciamos o relato dos vinte dias de turnê da Biblioteca Terra Livre por diversas cidades da Europa. Vamos contar sobre nossa participação em encontros, realização de debates, ampliação de acervo e visita a mais de trinta projetos/espaços/práticas anarquistas.
Fomos convidados pela Federação Anarquista Italiana (FAI) para participamos como coletivo-observador do 12º Congresso da Internacional das Federações Anarquistas (IFA). Lá tivemos contato com anarquistas de diversos países, como Argentina, Brasil, Bulgária, Cuba, França, Eslovênia, Espanha, Grécia, Inglaterra, Itália, México, Portugal, República Tcheca, Romênia, Suíça, além da organização curda Kurdish Anarchist Forum (KAF). Para saber mais como foi o Congresso, leia nosso relato completo aqui.
Tempos Novos da Biblioteca Terra Livre
No último dia 1, realizamos a nossa tão esperada mudança. Após longos preparativos para organizar o transporte dos mais de 3 mil livros, além de centenas de jornais, revistas, panfletos e cartazes, finalmente desembarcamos no bairro da República, no centro da cidade de São Paulo.
Como afirmamos no último número do boletim, a ideia da mudança se insere em um projeto de expansão do alcance do nosso acervo. Carregar as caixas foi o primeiro passo para novos projetos, a começar por um centro de memória anarquista cujo objetivo seja resgatar as lutas do passado e refletir os caminhos da emancipação hoje. Para isso, contamos com a ajuda de vocês! Veja as fotos e o nosso comunicado no post abaixo:
Diante de tanto apagamento da história do 1 de maio, em conjunto com coletivos parceiros (CCS, CAFI e NELCA), organizamos um cortejo. Abaixo segue a nota escrita em conjunto pelos quatros coletivos e fotografias da atividade:
Nessa segunda-feira, 1º de maio de 2023, as ruas do centro da cidade de São Paulo foram tomadas por um cortejo chamado pelos coletivos Biblioteca Terra Livre (BTL), Centro de Cultura Social de São Paulo (CCS), Núcleo de Estudos Libertários Carlos Aldegheri (NELCA) e Coletiva Anarco Feminista Insubmissas (CAFI), com as bandas Fanfarra Clandestina e Bloco Fluvial do Peixe Seco. Reunimos cerca de 200 pessoas para rememorar essa importante data.
Parando carros e cruzamentos, lembramos com alegria rebelde que esse dia tem na sua origem a revolta anarquista contra a exploração de quem trabalha. Sem pedir autorização para polícia, sem carro de som, com organização horizontal e autogestionária. Com canções e panfletagem, atravessamos quarteirões, saindo da Praça Roosevelt com destino à sede do Centro de Cultura Social, onde realizou-se uma minifeira de livros e a leitura da peça “1º de Maio” de Pietro Gori.
O 1º de Maio marca o martírio dos 8 anarquistas presos e condenados em Chicago, em 1886, além de ser uma data de união e mobilização contra o mundo do trabalho governado pelo Estado e pelo Capital. O teatro social e as leituras coletivas, somados aos atos nas ruas, são ferramentas usadas historicamente para espalhar o sentimento de solidariedade e de ingovernabilidade entre os nossos, e o CCS, que completa 90 anos em 2023, sempre foi um agregador para essas ferramentas de luta. A gente se forma, a gente se organiza, a gente luta. Nós por nós.
Agradecemos a todas as pessoas que estiveram presentes no cortejo, e também às que pararam para ver o bloco passar e às que leram os nossos folhetos. A ação direta coletiva é a única forma de enfrentar o Estado e o capital, para construir um mundo onde, cada vez mais, a vida seja livre, com pão, arte, cultura, educação e autogestão, para todes.
Alfredo Cospito: fim da greve de fome!
Depois de seis meses, Alfredo Cospito encerrou sua greve de fome. O desenrolar jurídico, comentado na última edição do boletim, teve uma virada chave no dia 17 de abril. Nessa data, o Tribunal Constitucional da Itália deu uma declaração de inconstitucionalidade sobre seu caso, determinando a saída do regime 41-bis.
As últimas informações sobre seu estado de saúde podem ser lidas na postagem da Edições Insurrectas:
No último episódio do Antinomia, conversamos com Amir El Hakim de Paula. Geógrafo e militante anarquista de décadas, Amir é professor e tem um canal Geografia e Anarquismo no YouTube.
No programa, ele conversou conosco sobre seu último lançamento, o livro “Introdução ao pensamento anarquista na Geografia: Piotr Kropotkin e Charles Perron”, publicado pela Editora Intermezzo. Para ouvir, basta dar play!
No próximo dia 13, o Centro de Cultura Social convida você para assistir o espetáculo teatral “Nos Rastros das Marias”. A peça invoca a história de mulheres negras brasileiras que fizeram frente à dominação, recusando-se a exercer o papel que o sistema colonial impôs a elas. Todes convidades!
