Olá!
Com esse número, inauguramos o boletim da Biblioteca Terra Livre. A nossa intenção é trazer uma seleção mensal dos materiais anarquistas que saíram recentemente. Notícias, artigos, podcasts, resenhas, lançamentos de livros, agenda de atividades: tudo isso irá compor nosso boletim.
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Bom proveito!
Biblioteca Terra Livre
Um outro olhar sobre a história: o episódio da chegada de José Oiticica ao anarquismo
Nessa postagem, o Núcleo de Estudos Carlo Aldegheri enfatiza a necessidade de olhar para a história do anarquismo brasileiro destacando o vínculo entre classe e raça.
O fascismo e a intentona de 8 de janeiro
As invasões aos prédios dos poderes máximos de Brasília demonstraram que o bolsonarismo segue forte e mobilizado. O fim do governo Bolsonaro não fez com que o fascismo deixasse de existir, demonstrando que o combate a ele deve ser travado na sociedade civil, com uma luta anticlassista e antiestatal.
Para refletir sobre essa realidade, recomendamos os seguintes textos:
Eles ainda estão lá, com medo, ódio e tesão
Os acampamentos bolsonaristas mostraram a dedicação dos seus manifestantes. O apoio material e o financiamento devem ser considerados, sem dúvidas. Mas não dá para interpretar essa devoção apenas por esse elemento. Uma chave mais profunda, de como a subjetividade bolsonarista se estrutura, é comentada nesse texto de Vitor Ahagon publicado no Passa Palavra.
Sobre a tentativa de golpe de estado no Brasil: uma apreciação
Como os libertários leem o que aconteceu no dia 8 de janeiro? No texto do IEL (Instituto de Estudos Libertários), temos uma análise anarquista das condições que possibilitaram chegar até onde estamos e como podemos construir saídas para esse cenário tão temeroso.
Antinomia #80: A intentona bolsonarista e o antifascismo
No podcast da Biblioteca Terra Livre, comentamos sobre os desdobramentos da intentona neofascista de 8 de janeiro. O que diabos rolou ali? Como podemos nomear e analisar? Também comentamos sobre as lições do antifascismo para entender hoje em dia e as manifestações democráticas em resposta ao avanço do fascismo. Para escutar o Antinomia, basta se inscrever no agregador de podcast da sua preferência, procurar no Spotify ou dar play aqui abaixo.
Dicas de leituras
Nessa seção, indicaremos lançamentos nossos e de editoras parceiras. Deixamos aqui a recomendação da Revista Terra sem Amos e a resenha do livro "Sobre o Anarquismo" feita pela página Livros Anarquistas:
Horacio Ricardo Silva (1959-2023)
No último dia 4 de janeiro, faleceu Horacio Ricardo Silva, jornalista e historiador argentino que se debruçou sobre as lutas sociais e a história do anarquismo na Argentina. Como homenagem, traduzimos um pequeno relato de Juan Carlos Pujalte em nosso site.
Aconteceu na história…
Há cem anos, no dia 27 de janeiro de 1923, o anarquista Kurt Wilckens justiçou o tenente-coronel Héctor Varela, responsável pela morte de cerca de 1.500 trabalhadores na província de Santa Cruz, na Argentina, entre 1921 e 1922. A onda de greves que tomou a região entrou para a história como “A Patagônia Rebelde”, quando as justas reivindicações de camponeses foram respondidas com um verdadeiro derramamento de sangue. Esses eventos estão no mesmo contexto de repressão estatal da Semana Trágica de 1919, tema pesquisado por Horacio Ricardo Silva.
Wilckens viajou para a Argentina em 1920 e era correspondente do jornal anarquista Alarm, de Hamburgo. O militante alemão defendia métodos e táticas não-violentas, mas, ao testemunhar os fatos ocorridos a mando de Varela, chegou à conclusão de que a violência da repressão também deve ser respondida com violência. Após assassinar o tenente-coronel, Wilckens foi preso e ficou incomunicável por dez dias. Depois desse período, na prisão, afirmou em entrevista:
“Não falemos em vingança. Não foi vingança; eu não vi em Varela o insignificante oficial. Não, ele era tudo na Patagônia: governo, juiz, carrasco e coveiro. Tentei ferir nele o ídolo desnudo de um sistema criminal. Mas a vingança é indigna para um anarquista. O amanhã, o nosso amanhã, não afirma ressentimentos, nem crimes e mentiras; afirma vida, amor, ciência. Trabalhemos para apressar esse dia."
Meses depois, em junho do mesmo ano, Wilckens foi assassinado por um militante do grupo paramilitar Liga Patriótica Argentina. A memória dos eventos da Patagônia Rebelde e a história de Kurt Wilckens foram o foco da pesquisa de Osvaldo Bayer e retratadas em filme. A banda argentina de punk Fun People homenageou Wilckens no seu terceiro álbum, colocando sua foto na capa:
Jornal anarquista digitalizado
O projeto “Memórias da ditadura” digitalizou números do jornal O Inimigo do Rei, publicado no final da década de 1970 e início dos anos 1980.
Agenda de atividades
Reabertura da biblioteca da Maloca Libertária, em Salvador:
04/02 e 07/02 - Atividade remota e também presencial (em São Paulo):
11/02 - Contação de histórias livre para todas as idades em São Paulo: